terça-feira, 9 de abril de 2013

A César o que é de César...

Que fique logo clara a minha opinião: Marco Feliciano, e toda a polêmica recente como presidente da Comissão de Direitos Humanos, é a personificação da falência do sistema político brasileiro atual.

Eu poderia falar de falência econômica, moral ou até mesmo institucional desse sistema político. E algumas destas seriam verdade absolutas, irrefutáveis. Mas a falência que me refiro é outra. É mais profunda, difícil de diagnosticar e tratar.


O sistema político brasileiro está falido porque não consegue mais pensar em si mesmo como um sistema. Não existe um ciclo de reflexão, não existe contrapartida clara, não existem perdas e ganhos reais. Por fim, não existe senso de responsabilidade (e nem responsabilidade de fato) com a representatividade dada pelo voto.

E o voto legitima o político.

Se alguém com farto histórico homofóbico e racista (e lunático!) pode - com toda a legalidade possível - assumir a presidência de uma comissão anti-homofóbica e anti-racista (não sei se anti-lunática) então, como diria Cazuza, os inimigos estão no poder. E o poder perde legitimidade.

Esse é o ciclo.

Entre tanta bobagem e demagogia Feliciano acertou na mosca quando confrontado hoje pelo PT à deixar o cargo. Saiu-se com desenvoltura:
“Renuncio se João Paulo Cunha e José Genoíno, condenados no julgamento do mensalão, também renunciarem aos cargos que ocupam na Comissão de Constituição e Justiça”
A César o que é de César... Os loucos também pensam. Até mesmo os que não valem nada.

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