A internet passa atualmente por um momento de instabilidade preocupante e o problema é político-econômico, explica-se:
A internet talvez tenha crescido demais e pouca gente parece se dar conta. Consequência disso é que o jogo político começa a dar as caras em questões antes apenas técnicas.
Recentemente vieram as críticas à ICANN quanto à criação de domínios .xxx para sites pornôs (que foi negada). Para os críticos a decisão foi política, consequencia da ligação de Bush aos conservadores religiosos americanos. Verdade ou não, o problema é que instaurou-se um clima de antiamericanismo até na administração da internet. E agora tudo é desculpa para dizer que a internet é um playground americano. Falou-se até em dissidências e dividisão da rede. Esta é a parte política.
Outra questão ainda mais séria é chamada pelos americanos de Net Neutrality. Vou tentar resumir:
Empresas de telecomunicações (não os provedores de hospedagem) querem que sites que trafeguem grandes quantidades de dados paguem uma taxa adicional para manter ou melhorar a "qualidade do serviço" prestado. Argumentam que querem apenas fornecer um serviço premium aos sites que precisam de mais velocidade. Mas a questão principal, que ainda não foi respondida, é:
Como ficam aqueles sites que não quiserem pagar pelo serviço premium?
Estes seriam tratados como sites de segunda-categoria? Sua banda disponível seria realmente influenciada? Para sites como google, digg, youtube e myspace velocidade de conexão é primordial.
Na internet já começaram as especulações e reclamações. A figura abaixo exemplifica perfeitamente o medo que várias pessoas têm de atitudes como estas das empresas de telecomunicações:
Clique na imagem para ver maior
Esta é a parte econômica da questão.
Parece que estamos cercados de um lado por políticos com pouco conhecimento de como funciona a rede; e do outro por burocratas que querem transformar a internet na TV à cabo do futuro.
Neutralidade? Não, neutralizados: eu, você e todos os outros usuários da rede mundial.
P_G
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