segunda-feira, 5 de junho de 2006

A juventude realmente perdida

O Brasil é um país violento.

Provavelmente você pensou que isso não é novidade, mas qual foi a última vez que alguém lhe disse isso em alto e bom som? Muito tempo? Então, pra não esquecer, diga novamente (em voz alta, pra todo mundo ouvir):

O Brasil é um país violento!

É indiscutível, irrefutável e vergonhoso. Mas que tal um teste: Pergunte à qualquer pessoa que more numa grande metrópole brasileira qual o maior problema do país. Mais: Pergunte a quem já mora fora qual é uma das características que ele menos sente falta neste país. As duas perguntas têm respostas praticamente idênticas. E fazem parte do mesmo problema.

A violência ganhou.

Pode a violência brasileira ser considerada uma característica do país? Questões de semântica à parte, ela já é uma parte inerente da nossa sociedade. O país já não vive sem ela, até indústrias já dependem dela. Novamente, pergunte-se: qual foi o filme brasileiro de mais sucesso no mundo inteiro?

A violência só aumenta.

Neste último fim de semana o guitarrista Rodrigo Netto da banda Detonautas foi morto numa tentativea de assalto no Rio de Janeiro. Semana passada, uma dentista foi assassinada numa tentativa de assalto aqui em Recife.

Notícias tristes. Famílias acabadas. Sonhos destruídos. Pior de tudo, falei alguma novidade aqui? Existe algo que você já não tenha ouvido?

Melhor ainda, resumindo: Por acaso, você conheceria alguém - qualquer pessoa, de qualquer idade ou classe social - que não tenha uma história de violência para contar?

Violência made in Brazil.

Veja os dois exemplos que citei acima: Rodrigo Netto, 29 anos. Guitarrista de uma banda rock de sucesso. Formado em engenharia; Isis, 27 anos. Dentista formada pela UFPE. Mestranda;

Duas pessoas jovens, dois jovens de sucesso e de futuro. Para tanto, cabe uma última pergunta:

Como o Brasil pode ser o país do futuro?

P_G

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