quarta-feira, 14 de agosto de 2013

São águas passadas...


Roberto Landell de Moura, ou Padre Landell, é uma figura desconhecida no Brasil. E hoje muito provavelmente no mundo inteiro. Mas nem sempre foi assim.

As coisas que ele fez foram formidáveis. Possui várias patentes sobre seus inventos, uma brasileira (3.279) e 3 americanas (771.971, 775.337 e 775.846).

A mais conhecida foi a primeira transmissão de voz via ondas de rádio do mundo, ou seja: ele inventou o rádio! E o fato aconteceu bem aqui, no Brasil, em São Paulo.

A patente 775.337 descreve o funcionamento de um telefone com transmissão sem necessidade de fio condutor, ou seja, um precursor do telefone sem fio!

Apenas estas duas invenções já bastariam para alça-lo ao rol dos heróis brasileiros, mas não foi bem o que aconteceu. No Brasil não teve a atenção necessária e foi até mesmo perseguido por parte da população. Em Campinas teve a paroquia arrombada e seu laboratório destruído. O caso mais emblemático foi quando, em 1905, decidiu fazer uma demonstração de seus inventos em nosso país.

Conforme entrada no wikipedia:
Em 1905, ao retornar ao Brasil após uma estada de três anos nos Estados Unidos, ainda teve energia para enviar uma carta ao presidente da República, Rodrigues Alves. Solicitava dois navios da esquadra de guerra para demonstrar os seus inventos que revolucionariam a comunicação (chegou a dizer que, no futuro, haveria comunicação interplanetária). O assistente do presidente, no entanto, preferiu interpretá-lo como um "maluco" e o pedido foi negado. Na Itália, quando fez um pedido semelhante, Marconi teve toda a esquadra à disposição.
No fim da vida ao ser perguntado sobre seus progressos na radiodifusão, respondeu:
"São águas passadas..."





terça-feira, 25 de junho de 2013

É a rede, estúpido!

Desde que as manifestações sobre os 0,20 centavos começaram a eclodir venho tentando - inutilmente - entender o movimento popular que se formou. Logo nos primeiros dias comecei a escrever um texto cujo título era "Uma sociedade, duas medidas". Minha idéia inicial era contrapor a energia dos manifestantes com o valor simbólico dos 0,20 centavos e a quantidade de problemas mais importantes que o país enfrentava. Dois dias depois a minha brilhante idéia caiu por terra. Não era mais sobre 0,20 centavos.

Joguei o texto fora.

Logo em seguida comecei a escrever outro, que chamei provisoriamente de "Força e Foco", tentando discorrer sobre a falta de foco - e como isso poderia acabar com os ganhos reais do movimento. Dois dias depois começou-se a discutir a constituinte e a reforma política.

Joguei o texto fora.

Estamos diante de um daqueles momentos que definem o futuro, só não temos idéia de onde queremos chegar ainda. Mas cheguei a conclusão que isso não importa agora! A falta de liderança, de foco e de ideologia (graças!) é a força motriz dos movimentos sociais modernos.

Sério, quem ainda aguenta a lorota da esquerda X direita? Ou melhor: Quem é mais conservador, o direitista da oposição ou o esquerdista no poder?

O status quo está nos olhos de quem vê?

São perguntas difíceis de responder e eu nem me importo com elas no momento. Pra mim, ficou claro que a formatação difusa das manifestações aconteceu por uma razão óbvia: elas foram 100% espontâneas. Essa é a força delas. E a razão da sua vitalidade.

Ficou ainda mais claro que essa formatação coloca mais pressão na classe política, totalmente perdida. E deixa os esquerdistas e direitistas de plantão atordoados, sem saber se estão ou não representados naquele momento, portanto impedidos de se apropriar dele como bem quiserem. É a rede, estúpido!

Estamos no momento do caos, da tempestade. Logo mais, quando a calmaria vier, teremos um país melhor.

Assim espero.

Foto do NYTimes



quinta-feira, 13 de junho de 2013

O MONSTRO

Essa é a nova campanha de conscientização no transito do governo federal. O slogan é: "Imprudência não é acidente. É crime."

Louvável, claro.



No filme o cidadão irresponsável no transito é o 'monstro'. E é mesmo.

Só esqueceram de mencionar o 'outro monstro'. Aquele que deixa a estrada esburacada, mal sinalizada e mal fiscalizada mesmo levando +35% da sua, da nossa renda.

Campanhas públicas são importantes em qualquer lugar do mundo, mas no Brasil acabam soando hipócritas por conta da ineficiência do serviço público de um modo geral.

Depois de assistir fiquei com vontade de perguntar a quem aprovou o vídeo: Será que o governo federal acha que deixar um fio de alta tensão solto no meio da rua é imprudência ou acidente?


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Armadilha auto-imune

"O Brasil não cresce, incha."

Esta frase de um amigo meu resume bem o sentimento atual sobre o momento econômico do nosso país. Mas define mais ainda o atual momento político nacional.

Depois do pior inicio de governo da história recente, fica até difícil discordar do argumento. Mas os números não montam a fotografia completa, infelizmente.

O cenário político hoje é um misto de velhas práticas com teorias mais velhas ainda. Após avanços importantes como estabilização da moeda e do ambiente político, metas de inflação e lei de responsabilidade fiscal parece que o infame vírus brasileiro acordou com mais vontade ainda de devorar toda a sensatez e seriedade que sobrou por aqui.




Há algo de muito errado no Brasil atualmente.
condenados pelo mensalão no congresso
Marina Silva sem partido enquanto Renan e Sarney comandam o congresso
incompetentes no ministério da fazenda e BC
homofóbico presidente da comissao de direitos humanos
quadro de estagflação há 2 anos
garçom ganhando 10mil no senado
copa do mundo sem os projetos de mobilidade
portos e estradas parados
o congresso quer poder derrubar decisões do STF... 

E voltamos ao passado onde o Brasil é o país do futuro.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Bananas is my business


O blog da revista Super (Interessante) traz uma das mais claras, lúcidas e esclarecedoras matérias sobre o porque de TUDO no brasil ser tão caro.

Em suma é uma mistura explosiva de excesso de dólares (commodities), de crédito, de custos, de impostos, de incompetência e da mais pura espertalhagem brasileira. Como em qualquer bom roteiro sobre sexo, drogas e rock n' roll, um conjunto de excessos assim nunca fica impune. Vem cobrar seu preço depois.

A leitura vale a pena e o texto não é nada cansativo.

E quando quiser culpar alguém pelo preço do carro, apartamento, frango, gasolina, energia, etc. Lembre-se:

Se o Brasil é uma salada de frutas, o banana é você...