Num momento político (mundial) em que as noções de direita/esquerda tornam-se cada dia mais desnecessárias, eu vejo o eleitor se fundindo cada vez mais com a figura do torcedor. E o estranho aparece.
O famoso "vote consciente" já virou clichê, mas será temos a real consciência da consequência do voto?
No Brasil é aí que o também famoso quociente eleitoral entra em questão.
Resumindo: são fórmulas matemáticas que definem como as cadeiras do legislativo são ocupadas no congresso. Fora a matemática em si, conceitos como quociente partidário e distribuição das sobras não são muito difundidos na época da eleição e a consequência não poderia ser outra:
Edilson Silva, terceiro vereador mais votado em Recife, não consegue se eleger |
Claro que - depois de entendidos - estes conceitos fazem sentido. E claro que o próprio candidato conhece o funcionamento completo do sistema. Mas o sistema é confuso o suficiente para que as pessoas que votaram nele, muito provavelmente, não o entendam por completo.
Então chegamos ao estranho sistema eleitoral brasileiro onde, ao mesmo tempo:
- Os votos são computados como parte do quociente eleitoral do partido para definição de um "ponto de corte";
- As pessoas votam num nome, sobrenome e foto no dia da eleição, pensando que estão elegendo diretamente aquela pessoa.