A pergunta

Uma pergunta me atormenta há muito tempo. Surgiu no colégio, quando comecei a formar minhas primeiras opiniões sobre religião e brasil. As vezes ela esvai e desaparece, como uma daquelas dúvidas existenciais que só vou conseguir descobrir depois de passar dessa pra uma melhor(?). Mas basta tocar no assunto e ela volta a me perseguir. Pior que é uma pergunta simples, trivial, até meio besta.

Depois que o Papa anunciou que viria ao Brasil, minha pergunta perdeu o sentido. Afinal, com a vinda dele tudo estaria resolvido - ou remediado. Perdi minha pergunta. E ainda fiquei sem resposta.

Uma pergunta a mais outra a menos não vai fazer falta, pensei. Já tenho tantas e vou seguir adiante, livre de mais uma pelo menos.

Eis então que meu navegador me entrega uma notícia que responde: Porque nosso país, que tem com o maior número de católicos do mundo, foi visitado tão pouco pelos Papas?

Essa é A pergunta? Sim, eu avisei que era trivial. Mas pense bem, este um país que tem quase 100 milhões de católicos, que não possui histórico de intolerância religiosa e que é bastante carente. Ele não mereceria pelo menos uma visita por ano? Uma a cada três anos? Que tipo de religião menospreza tantos fieis e devotos deste jeito? Nunca consegui entender. Até ontem, pelo menos. Hoje eu sei que 48% dos católicos brasileiros não sabem o nome do Papa. Quase 50 milhões pessoas!

Pergunta respondida, resposta arquivada. O vaticano entende muito mais sobre a qualidade de seus devotos que eu.